terça-feira, 8 de dezembro de 2015

PENTALOGIA POÉTICA : OLÍVIO DE SOUZA ARAÚJO (OLIVINHO)


CAPA DO LIVRO DÁDIVA
Conhecido entre nós como Olivinho, trazemos poemas do seu livro Dádiva para presentear nossos leitores da nossa Pentalogia Poética.
Depois de labutar na grande cidade, formado em Letras, apresentador de rádio de diversos programas, produtor cultural e diretor do Teatro Francisco Nunes, voltou para nossa querida terra, onde também deu sua contribuição à cultura mutuense.
Estimulou a Cultura Local e o debate das questões sociais na Rádio Cultura, contribuiu para vários eventos.
Entre os poemas que escolhemos para essa pentalogia, está a metalinguagem de alguns poemas do autor, em outros a questão existencial e por último postaremos um poema sobre esse câncer que nos corrompe que é o esquálido sistema político.
Em dia que a pauta dos jornais é a carta do vice-presidente Michel Temer à presidenta Dilma, encontramos uma reportagem de 2013 em que o jornal Folha de São Paulo publicou uma reportagem sobre a veia poética do vice presidente (MICHEL TEMER POETA) compartilhada por Goulart Gomes, criador do estilo POETRIX no facebook. Então veja o que diz Olivinho no primeiro dos poemas que postamos e a similaridade com um dos poemas mencionados na reportagem do Folha de São Paulo:
Olivinho:
“Leio-te assim meu poema
Sabendo que me expõe”

Michel Temer:
"Escrever é expor-se.
Revelar sua capacidade
ou incapacidade."

Será que Michel Temer leu o livro Dádiva do Olivinho?
Então delicie-se com cinco poemas de Olivinho, pois Dádiva, para nós mutuenses, é ter Olivinho como conterrâneo:




POEMA ESPELHO MEU

Leio-te meu poema
Como a mirar-me no espelho
Sou eu quem está ali
A mostrar alguém preso ao momento
De a outrem revelar inevitáveis reflexos
Do que o ego consegue segredar

Leio-te assim meu poema
Sabendo que me expõe
E vou descobrindo em seus versos
As marcas que a vida capta e recompões
Minha face ante o tempo em movimento



O QUE TE FEZ POESIA

O que te fez poesia tão querida?
O que te fez poesia
Foi a fome, frio e sede, foi a dor.
Foi achar-te, pão e água. Teu calor.
Foi o sopro, em meu corpo, do amor.
O que te fez poesia
Foi a vida.


UM GRITO, UAI!

Mais que arte
É um grito de amor
O perfume da flor vencendo o enfarte.

Mais que poesia
É um grito de alerta
Contra a porta aberta da hipocrisia.
Mais que canção
É um grito na noite
Denunciando o açoite da corrupção

Mas o grito que parte
Para se fazer ouvido
Só terá sentido pela força da arte



PONTO DE EQUILÍBRIO

Há quem afirme
Há quem confirme
Que com firme passo
Ultrapasso o espaço do quarto
Me aparto do prumo
E parto sem rumo doente sem cura
No escuro a procura do meu próprio fim.
A quem afirma eu digo que sim.


NÃO INOVA A POLÍTICA NOS GROTÕES

Lá vem ele de avião o matuto engambelar
Em ano de eleição pousa em qualquer chão de pasto
Promete tudo o que é gasto
Necessário para as obras do lugar

Chega ao grotão a pensar reeleição é mamata
O otário do eleitor vou enganar outra vez
E então vai escutar reeleger quem mentiu e não fez?

Não cultivou pra colher. Doutor, vá plantar batata!

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